17 de setembro de 2011

Dando um alô - Banda MadVox

Olá galera, está de volta o espaço "Dando um alô" aqui no blog do Microfonia.
Pra relembrar, este é o título que usamos para identificar o post que as bandas que se apresentam no nosso programa fazem, defendendo um pensamento, criticando alguma obra de qualquer cantor ou banda e etc.
Vamos lá então?
Com vocês: "Mercado Musical" da Banda MadVox!

Geralmente uma banda começa na garagem ou na reunião de alguns amigos pra "tirar" aquele som, e passar o tempo.
O hobby de fim de semana, as vezes começa a ficar sério e a banda começa tocar ao vivo, ganhar cachê.
Existem várias histórias e formas de como tudo começa. A questão é: Onde a banda quer chegar?
Há mais de 10, 15 anos atrás, os artistas não tinham ferramentas como hoje em dia, para divulgar seu trabalho. Naquela época, até fazia sentido as bandas começarem a tocar na garagem e fazer "covers" para ganhar público e depois partir para um vôo mais alto.
Havia muita dificuldade em gravar. Lembro que tinhamos a opção de gravar uma demo em fita cassete, e mesmo assim era caro demais. Disco de vinil então, era um sonho.
As rádios também tocavam somente músicas de artistas com gravadoras ou mediante o famoso "jabá" (dinheiro pago à meios de comunicação, para que as músicas do artista fossem tocadas). Também lembro que as vezes tocavamos de graça para mostrar nosso trabalho, e só depois marcavamos shows remunerados (absurdo hoje em dia). A confecção de cartazes e as opções de meios de divulgação eram difíceis.
Mas com a agilidade e modernização dos meios de comunicação tudo mudou. A internet trouxe uma gama enorme de possibilidades para divulgação dos artistas. Ferramentas como: Youtube, Myspace e outras redes sociais, podem ser usadas como plataforma para as bandas encontrarem seu espaço. 
Espaço esse que pode ser usado para vender suas músicas, postar vídeos, executar shows ao vivo, expor a agenda dos locais onde irá se tocar... enfim, tudo que o artista precisa. Tudo isso, sem precisar do jabá, e com qualidade que depende somente do próprio artista.
A diferença fica mais acentuada e a concorrência mais aberta e leal. Vai se destacando, quem tem realmente o que mostrar.
Sendo assim, no meu ponto de vista, fica desnecessário, hoje, uma banda ser montada para somente tocar covers em bares.

No começo desse texto, questionei: Onde a banda quer chegar?
Ao meu ver, quando um artista começa a se expor, ele precisa saber que rumo vai tomar a sua carreira, tocar só por tocar, não faz diferença.
O público verá a banda tocar, ao vivo, músicas de outros artistas, sendo que essas bandas tocam somente as versões originais, aí fica a pergunta: Será que faz alguma diferença para o público? Alguém vai lembrar da banda depois? E o mais importante. Isso faz diferença para o futuro desses artistas?
Como citei anteriormente, tocavamos covers na noite para pegar bagagem e conhecimento. Hoje não é preciso, pois existem ferramentas (baratas) para tornar as bandas conhecidas.
Muitas pessoas de outras bandas já me disseram que não dependem de música - 95% -, outras - 5% - até entendo a necessidade, mas para essa grante parte, serve como hobby remunerado, ou seja, poderiam tocar em churrascos de família ou reuniões com amigos.
Na verdade esses pseudos artistas, estão tirando o espaço de quem quer levar um trabalho sério.
Tocar músicas de outros cantores não é pecado, minha banda faz isso, porém com releituras, usando a criatividade, pois o que vale é o que a banda tem pra oferecer com personalidade.
Os donos de bares, as vezes pedem e sugerem músicas para o repertório das bandas, mas cabe a cada uma colocar em pauta suas características, sem medo de lhe faltar o espaço para tocar. Assim foi com a maioria das bandas nacionais que se destacaram nos anos 80. A cena se formou, porque o que valia era o conteúdo que eles tinham pra oferecer.
Vai mais longe, quem ousa e quer sempre mais, independente do que as pessoas vão achar (quem sabe dos nossos sonhos e metas somos nós mesmos).
Nenhum executivo ou produtor contrata uma banda que toca cover na noite e não tem nada de diferente pra oferecer.
Escrevo esse texto, mediante ao que está acontecendo com a minha banda. Temos autonomia em tudo o que fazemos, independente de opiniões de donos de bar ou daqueles que se dizem amigos. E também em resposta as pessoas que pensam pequeno e acham que devemos fazer o mesmo. Para essas pessoas pensar grande é arrogância.
É pecado querer gravar álbuns independentes, produzir vídeos, participar de programas de rádio, tv e internet e tocar seu repertório livremente em lugares que nos aceitem como artistas?
Se isso for pecado, então eu não sei o que é arte.
Não imagino grandes mestres, como Mozart, Michelangelo, Picasso, Andy Warhol e etc fazendo coisas de outros artistas e sendo reconhecidos por isso.
Será que se eles pensassem pequeno, seriam reconhecidos?

Não recrimine quem quer ir além como artista e pessoa.
Eduardo Chañes

Nenhum comentário:

Postar um comentário